sábado, 31 de janeiro de 2009

Viagens


Suely diz...
Entre os anos 60 e 61, nós, patiobas da EMERD, fizemos várias viagens. Em uma delas, rumo à UREMG - Viçosa - MG, paramos em Belo Horizonte onde nos hospedamos em um Batalhão da Polícia Militar. No dia seguinte fomos assistir à formação dos soldados. Os oficiais elogiaram-nos por nos perfilarmos ao ouvir o Hino Nacional. A 40 minutos de B.H. paramos num lugar paradisíaco chamado Retiro das Pedras.
Ao passarmos por Juiz de Fora, na ida, vimos pela primeira vez o refrigerante 7 up (sevenâp) que nossa querida Conceição pediu 7 up (sete up). Coisas da Conça.

Também fomos a São Paulo e ficamos hospedadas no Pacaembu onde tivemos que tomar banho coletivamente pois não havia banheiros femininos. À noite o dormitório não tinha sanitários e há muitas histórias interessantes a serem contadas sobre isso por minhas colegas patiobas. Também fomos ver a novidade: cinemascop. Parece que era uma tela de ponta a ponta da parede, meio curva. Conceição, Heloisa e eu, já sem grana, juntamos nossas moedas e nos despedimos de S.Paulo dividindo uma pizza brotinho.

Por não termos recursos financeiros, ficávamos hospedados nos lugares mais inusitados, geralmente masculinos. E, quando viam chegar aquela turma de garotas tratavam de arrumar um baile e tínhamos que dançar, apesar do cansaço. Numa das vezes, Heloísa estava tão cansada que levantava a perna a cada vez que mudava de pé, o que nos fez rir muito.
Patiobas, Verdureiros, Veterinários - estudantes ou professores - funcionários da U.R. - venham contribuir com as histórias de viagens.
Obs.: Foto do perfil: Mendel Rabinovitch

7 comentários:

  1. Suely diz...
    O que vou contar abaixo, não é uma viagem de turma; é só um fim-de-semana em que fui passar em Barra do Piraí, na casa da Heloisa, quando ainda estudávamos na U.R.
    Barata (Saul - t.1962) também fora àquela cidade onde morava seu irmão.
    Aproveitamos para dar um passeio juntos e Barata foi buscarnos para um passeio. Chegou em uma caminhonete do seu irmão.
    Barata na direção, eu a seu lado e Helô ao meu lado. Em uma determinada ladeira a porta do lado do motorista abriu-se e Barata é lançado para fora do carro. Segurando-se apenas no volante, passou a mão no meu pescoço e, assim, conseguiu voltar ao seu assento e controlar o veículo. Foi tudo rápido e, passado o susto, rimos muito.

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  2. Suely continua..
    Assunto puxa assunto, lembrei-me que Barata costumava dizer: Não existe mulher fiel; exite mulher mal conversada.

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  3. Suely conta...
    Desliguei o computador e ia saindo para dar aquela caminhada sempre prometida quando lembrei-me de um fato e voltei a ligar o computador para não perder a lembrança.
    Viajamos em excursão, talvez naquela à Rural de Viçosa. Como sempre junto com Helô e Conça, encontrei alguns insetos interessantes os quais nunca tinha visto e falei às amigas que levaria aos nossos amigos ruralinos que faziam coleção, trabalhos sobre etc.
    Arrumei um vidrinho e trancafiei os bichinhos lá. Conça também quis trazer e colocou os insetos nos bolsos da calça. Encheu-os de insetos. Entramos no ônibus e Conça coça daqui, coça dali. Os bichinhos começaram a sair dos bolsos e subiam pelo corpo da Conça por dentro da blusa e ela ia jogando fora um a um, provocando risos em mim e Helô.

    Chegou, evidente, sem insetos à UR.
    Entregamos o meu vidrinho, com os ditos mortos, a um estudante de agronomia, confesso não lembrar quem. Mais tarde o colega contemporâneo perguntou quem trouxe os insetos pois ainda não constava no acervo da U.R. e ele ganharia o nome da pessoa que o trouxe. A Conça olhou-me com um olhar tão esperançoso e pidão que o inseto tomou o nome dela. Bem, pelo menos foi isso que o rapaz falou.

    Conça era engraçada naturalmente. Até ela ria das suas bobagens.

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  4. Suely escreve: Conça era bonita, engraçada, doce, um pouco desligada, um pouco trapalhona, um pouco inconsequente.

    Após sairmaos da U.R. continuamos nossa amizade e trocas de confidências eram frequentes. Um dia ela me disse:
    - Amiga, queria ser como você que sempre tem uma palavra pra dizer.
    E eu respondi:
    - Pois você sabe ouvir, e eu me sinto muito bem em desabafar com você.
    [Ela ouvia minhas histórias e dizia somente:
    - ô, amiga!
    Isso me bastava.]

    Mas o que eu queria contar ao começar estes escritos é que, em uma viagem à UR de Viçosa, tivemos que passar longo trecho de estrada barrenta. Apesar de colocarmos uma fronha na cabeça, ao chegarmos à Viçosa saía barro de nossos narizes.
    No ônibus sentei-me junto com Conça e quando o cansaço venceu deitei a cabaça em seu colo e ela deitou-se sobre meu dorso e dormimos um bom pedaço de tempo.

    Amigo é pra se guardar do lado esquerdo do peito e num cantinho de nossas lembranças.

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  5. Suely continua...
    Nossas viagens costumavam ter poucas paradas. Como o tempo era pouco e, geralmente, muitos lugares para conhecermos, Maria Neusa fazia com que o motorista parasse poucas vezes. Tínhamos que aguentar firme a necessidade de ir ao banheiro. Aí a gente inventou uma paródia de um versinho:
    "Se la vie , se la vie, pateti
    je préfere um orrinol qui una belle boutique".
    Recitávamos em coro no ônibus.

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  6. Relendo os escritos acima vi que tem uns errinhos de datilografia perdoávei mas esquisitos: ...deitei a CABEÇA em seu colo...
    ... UNE belle boutique.

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  7. E recentemente, "descobri" que eu Heloisa e Cleuza, em 1961, viajamos com a ENA (64) que fazia o primeiro ano, para Campinas. Mendel e eu nos achamos a nós, patiobas, nas fotas de sua turma em excursão. Em Campinas dormimos na casa de um aluno, Rui, segundo Helô.

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