sábado, 31 de janeiro de 2009
Os Bailes
Suely, disse...
Os grandes bailes eram realizados no Clube Social que pertencia, se não me engano, à Sociedade local.
Quartas-feiras eram dias de bailinho na sala de TV. Trimestralmente ali fazíamos também as festas dos aniversariantes, organizadas pelas patiobas que, sob a "batuta" da dir. Maria Neusa, ofereciam o bolo e os refrigerantes.
Os preparativos de beleza das patiobas para a festa levavam o dia inteiro. No cabelo usávamos cerveja branca, depois aqueles horrorosos rolinhos e sentávamos na varanda para secar ao sol. Procurávamos caprichar no vestuário, maquiagem, penteados.
Eu e Conceição, quando não tínhamos aquelas meias finas que se usava na época, passávamos base de rosto nas pernas e uma fazia o risquinho vertical na parte de trás da perna para parecer que era a costura da meia. (O bom é que a "meia" sempre ficava com o risquinho certo, sem sair do lugar). Para ir ao Social pegávamos aquele ônibus cinza. No baile bicávamos a cuba-libre ou o hi-fi dos meninos pois Bebém (uma de nossas governantas) ficava de olho.
Recusar convite de algum rapaz para dançar? Nem pensar! Não existia isso na época.
Patiobas, venham contar mais. Verdureiros, Capagatos, os meninos da Agrotécnica, estudantes, professores, funcionários, como "viam" os bailes? Venham contar aqui.
Obs.: Foto do perfil de Cleuza S.Prisco (Cleuza e Alberto Moraes)
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É... não podiam recusar, né? Então conta aquela história de você ter recusado dançar com o Palmiro. Como é que você foi recusar dançar logo com o Palmiro, um cara tão distinto! Lembro de colegas que como ele eram verdadeiros "gentlemen", lembro do Peri, havia o Cid "Jabuti", o Luis "Mestre", o Sócrates (Chalaco), vocês se lembram dessas figuras?
ResponderExcluirSuely disse...
ResponderExcluirPois é, Mendel. Iria um conjunto ótimo tocar no baile do Social e fui lá para curtir o som. Fui decidida a não dançar porque não estava muito legal e queria ficar à mesa, conversando . Então quando o Palmiro veio me tirar, pedi desculpas e recusei assim como aos outros. O Palmiro ficou muito envergonhado e disse que, na terra dele, era a pior ofensa ser recusado na dança. Vendo-o assim, fiz a sua vontade e dancei um pouquinho.
Dias depois saiu um jornalzinho pirata comentando esse assunto: "Suely saiu dando tábuas..." Soube depois quem fez a matéria mas fiquei na minha.
Mendel lembrou de duas figuras excelentíssimas o Peri,gaúcho,e o Jabuti´,de petropólis,acho. Eram na realidade duas expressões da educação fina e esmerada.O Peri era como um pai para os mais novos,após o almoço e,principalmente,o jantar,setava-se alí naqueles bancos do lado de fora do restaurante e tinha sempre uma roda de colegas para ouvir conversas e histórias daquele gauchão O Jaboti era de uma finura espetacular,sem afetação,era da educação que recebera da família.Sentava se para almoçar e comia com a fidalguia de um Lord,tal sua finura.Tembém era um papo muito bom em alto nível. O Palmiro era um cara sério,sizudão,mas um cavalheiro e era o presidente do Diretório.. Não merecia levar um "corte" como se chama aqui no NE.
ResponderExcluirMinha querida Suely essa eu não esperava e não sabia de você.Agora,quanto ao jornalzinho,tenho não desconfiança,mas quase certeza de quem foi.Alguém que gostava de divulgação falada ou escrita.Mas cala-te bôca,isso já faz muito tempo,eramos ainda jovens sem medir muito as consequências.Abraços.
Geraldo escreve
ResponderExcluirPessoal,desculpem,esquecí de assinara a matéria anterior. Foi um lapso e não uma tentativa de me esconder atrás do anonimato.Abraços
Suely disse... Início dos Anos 60
ResponderExcluirNaquela época a gente aprendia a dançar... dançando. Eu, intuitivamente, sabia que na dança o cavalheiro é quem comanda. Assim,o pessoal me achava "leve".
Gostava muito de dançar com o Ricardo, O Horácio e com José Adolfo e outros colegas também mas a ordem de preferência era essa.
Alguns rapazes tinham a mania de colar o corpo, outros inclinavam a cabeça na direção da nossa cabeça e tínhamos que retezar corpo e pescoço, o que nos dava muito desconforto e sem qualquer vontade de dançar. Só queríamos que a música acabasse logo.
Eu nunca entendi porque tinha que "abraçar", uma pessoa que eu mal conhecia.
Então procurava ir a festas em que meus amigos também fossem.
As músicas eram as de Ray Connif, Green Müller, Românticosde Cuba, Severino Araújo e os boleros em geral.
ResponderExcluir(Sobre Romanticos de Cuba, vim a saber há pouco tempo que era Severino Araújo que usava esse disfarce pois entendia que o povo valorizava mais as músicas estrangeiras
Alguns cantores estavam agradando (para ouvir): Miltinho, Helena de Lima e Elizeth Cardoso.
Ainda se dançava aos pares e o rock não era tocado nessa época no Social, embora,já fosse sucesso.
Geraldo escreve
ResponderExcluirA Festa Junina da turma de 60 foi,como as demais desse tipo,um sucesso.Muito animada,gente de fora as "pamparras",vindas do Rio,Petrópolis,Barra do Piraí(terra da Helô),Barra Mansa,Itaguaí,Campo Grande e demais cidades no entôrno da UR. Decorreu tudo as mil maravilhas. Só que a comissão de festas claculou mal o nº de pessôas e comprou uma quantidade enorme de barris de chopp da Brama.
Por conta disso,sobraram 4 ou 5 barris.Como a Brama não aceitava devolução,os barris ficaram armazenados no frigorifico do restaurante da CAUR,para não ficar choco. A comissão tentou revender para outras pessôas ou bares,mas não conseguiu. Então o Rubem Marsillac,Francisco Perdigão,Getúlio,Francisco Valente,estes 3 capa-gatos,mas eu e 2 ou 3 colegas mais,que não recordo quem. Propusemos a Comissão adquirir os barris,pela metade do preço de custo. Com isso ivemos o direito de consumir aqueles barris de chopes.Para não despertar a cobiça dos demais colegas,à noite,após o jantar,quando tudo já estava encerrado,nos encostavamos o jeep na saída dos funcionários e colocavamos um barril e a serpentina com gêlo e municiados com um monte de tira-gosto,partíamos para um lugar ermo da Rural e passavamos à noite,até acabar a bebida. No dia seguinte era a mesma operação,só que partiamos para um lugar diferente,para que os bicões não soubessem onde íamos. Assim em 5 dias acabamos com as sobras de chope.Eramos,o grupo,uns 10,umbarril daria para pelo menos 20 bons bebedores.Mas a moçada era feroz na bebida,que não queria dividir com mais ninguém. Nunca bebi tanto chopp em tão pouco tempo.Abraços.
quais os tira-gostos típicos nos anos 60?
ResponderExcluirMonalisa Vasconcelos
Paulo VET-62 falou (e disse):
ResponderExcluirAo saber com antecedência que haveria outra carraspana, junto com outro colega de apartamento, removi o globo de luz, afrouxei o contato da lâmpada e tornamos a colocar o globo. A luz obviamente não acendia mas já estávamos prontos para dormir.
Pela madrugada acordamos com o berreiro do grupo de bêbados no corredor. O José Henrique riu e disse:
"- Quero ver a cara destes beberrões quando não conseguirem ligar a luz..."
Não demorou muito e logo a porta se abriu com ímpeto e um dos baderneiros entrou berrando:
" - Acorda bicharada ! ( Era o imbeciloide do Perdigão, que não se conformava com a abolição dos trotes desde 1957, mas que atendiam o seu psiquismo doentio).
Ato contínuo começou a ligar e desligar o interruptor, em gestos repetitivos e paranoicos...
Sem se conformar começou a socar o interruptor com uma fúria insana enquanto soltava toda uma série de palavrões... Finalmente desistiu e voltou para o corredor, enquanto comemorávamos a sua cretinice!
Só na manhã seguinte vimos a que ponto estava
o imbecil do Perdigão bêbado. Além de ter quebrado a placa do interruptor em pedaços, continuou esmurrando o local até se cortar, deixando manchas de sangue na parede!
O José resmungou:
" - Que boçal... É um desvairado, um louco..!"
Mas no fundo concordamos que durante um bom tempo ele teria que sentir o castigo ao escrever !
No mesmo dia comunicamos os danos e tudo já estava em ordem quando voltamos para almoçar !
( Certas desforras demoram mas são boas )
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Monalisa,
ResponderExcluirO pessoal era meio duro. Sabe como é, estudantes... A gente não costumava pedir tir-gosto mas creio que o tira-gosto era uma porção de linguiça, em rodelas, frita ou uma porção de batatas fritas no estilo tradicional, em tirinhas. Também poderia ser pedacinho de queijo prato. Era mais ou menos isso que tinha no Clube Social. A gente ia para os bailes após o jantar, então não havia necessidade dos petiscos.