terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Suely escreve, via facebook, autorizado.:

História da Rural

Otavio Morett

Conheço a Rural desde 1958 quando estudei no Colégio Fernando Costa e meu irmão fazia Agronomia e eu morava com ele no alojamento. Depois voltei em 1966 para fazer o Colégio Universitário e cursei Medicina Veterinária de 1967 a 1970.
Tocado pelas histórias da Suely no livro, Anos 60 na Universidade Rural, resolvi contar uma passagem engraçada da minha vida na Rural.
Mais um capítulo da dura vida de um duro na Rural:
A História do Terno Côr de Abóbora.
Época da formatura chegando e todos contribuíram durante o ano para as despesas de convite, placas,etc.. Eu como não tinha condições financeiras não podia contribuir e os colegas de turma não entendiam como eu tendo dois irmãos formados, um agrônomo e outro médico e oficial do exército não conseguia dinheiro com eles para honrar a justa contribuição financeira.
O fato é que à realidade é que não ganhava nada de meus irmãos.
Próximo à data da formatura surgiu um grande problema. Onde arrumar um terno para mim. Pensei, e resolvi procurar um professor que fosse mais ou menos da minha altura e físico e pedir um terno velho emprestado. Depois de procurar achei o Dr. Portela, que era diretor do Hospital Veterinário, onde eu era bolsista da Anatomia.
Falei com o Dr. Portela e, ele gentilmente falou: Otávio vou lhe emprestar um terno novo e ainda me deu na hora vinte cruzeiros.
Agradeci muito e fiquei feliz.
Chegando em casa narrei o fato é meu irmão médico e oficial do exército, falou: Otávio não precisa pegar terno emprestado, vou lhe dar um terno novo de presente de formatura. Felicidade total, terno novo, para quem nunca teve um terno!
Fomos para o bairro de Madureira, na loja Ducal escolher o terno. Procurei um que não fosse muito caro e nada servia para meu irmão.
De repente na frente da loja ficava um bancada de roupas de prêço popular e meu irmão escolhe o terno que vai me dar. Tomei um susto pois o terno era côr de Abóbora. Recusei mais não teve jeito, manda quem pode, obedece quem tem juízo. A essa altura já tinha comunicado ao Dr. Portela que não iria precisar mais do terno.
Quando cheguei na Rural para solenidades da formatura, vestido com meu terno côr de Abóbora, notei os colegas iriam cair na gargalhada, pois eu de longe brilhava e vi quando um colega líder da turma falou para os demais não darem risadas pois ele entendeu a minha situação.
O terno côr de abóbora era muito parecido com os ternos que o Didí ( Renato Aragão) usava nos seus programas cômicos.
No dia seguinte foi mais fácil usar o famigerado terno nas solenidades de colação de grau no Teatro Municipal, pois a beca cobria.
Hoje dou risadas dessa história e conto para meus filhos e netos.
PS: Depois de tudo acabado doei o terno cor de Abóbora.
Se você tem histórias do tempo da Rural, conte e talvez algum dia alguém se interesse em colocar em um livro.
Abração em todos. Otávio ( cavalo da veterinaria).

Um comentário:

  1. Veja pelo lado bom Otávio, você se destacou entre os demais formandos pela excentricidade da cor do terno.
    Devo ter cruzado com você nos corredores ou na hora do recreio na época que você fez Colégio Universitário no Fernando Costa. Em 1966 tinha acabado de entrar pro ginásio. Mudaram tanto de nome que hoje não sei o que significa aí o ensino ginasial. Adorei sua estória.

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