domingo, 20 de março de 2011

Em busca da Ata Perdida - Arário

Amauri (ENA 1957) escreve: COLEGAS RURALINOS: assim bem insone, mesmo com outras preocupações da vida, voltei meus pensamentos para algo que mais me atormenta por esses tempos:
onde e com que estará a ATA PERDIDA?
A tal Ata é o precioso e histórico documento das nossas noitadas de muita alegria, batuques, algazarra geral e irrestrita no Km 47, no (ARÁRIO) Ap. 207 da UR nos anos 50-60. Tudo muito bem lubrificado, se assim podemos dizer, com doses e mais doses de cachaça (da boa ou da ruim e mais barata!).

Nesses instantes de insônia me recordei do nosso querido notário; o ser extraordinário encarregado de sempre lavrar a Ata em termos circunstanciados. O notário só poderia ser o VICENTE DE PAULA SOARES RIBEIRO, mais conhecido na UR por CARA DE GATO. Mas o Cara de Gato já não está entre nós, faleceu em Goiânia há alguns anos. Minhas potencialidades mediúnicas não chegam para as intenções de consultar ao querido Cara de Gato.
Fico imaginado onde estará e com quem a ATA PERDIDA?
Mas nem com toda bondade que caracterizava o saudoso colega Cara de Gato, ele poderá atender este médium de araque. Resta recordar que o notário, no seu linguajar muito bem posto; conhecedor dos bons do idioma pátrio deve ter registrado na ATA algo saboroso.
De verborragia hiperbólica, o Cara de Gato deve ter anotado para a história e tempo, expressões costumeiras a esconder apodos mais rigororos que cachaceiros para os vibrantes arruaceiros do ARÁRIO. Ele preferia dizer que éramos certamente dipsomaníacos. Como ele gostava de expressar assim: "...Dipsomaníacos, canalhocratas...!" (sic).
Por essas e outras razões estou sempre EM BUSCA DA ATA PERDIDA.
É documento precioso, nossas passagens pela mocidade em tempos de irresponsabilidade felizes que não voltam mais.
Vamos procurar a ATA PERDIDA?
Acordei com vontade imensa de telefonar para Goiânia e pedir à viúva do Cara de Gato que busque nas prateleiras da biblioteca do de cujus a ATA PERDIDA do Arário. Soube pelo colega Everton de Almeida/ENA-57, residente, também, em Goiânia, que a viúva do Vicente, D. Carminha, está de viagem para a fazenda. Assim, segunda-feira, dia 21 de março de 2011, implorarei à viúva do Cara de Gato e tentarei mais uma cartada EM BUSCA DA ATA PERDIDA. Abraços para todos do Amaurí Rodrigues-ENA/57.

2 comentários:

  1. Amauri - ENA 57 - escreve:
    O Bernardo Sayão era um Engº Agrº de Goiás e chegou ser vice-governador do Estado. Amigo de Juscelino, ficou encarregado locar e abrir a Belém-Brasília onde faleceu esmagado por uma enorme árvore. Aqui no Ministério da Agricultura, no Distriro Federla, tem um neto dele com o mesmo nome e, também, Engº Agrº. Eu nã sou nordestino, mas passei grande parte de minha infância e juventude do Rio Grande do Norte. Talvez por isso minhas preferências pelas coisas e gentes daquela região. Achas que minhas escritas e recordações poderiam ser de bom tom aparecer no blog da Suely? Então manda brasa! Trabalhei em Veranópolis, Rio Grande do Sul (pertinho de Bento Gonsalves), de 1958 a 1961, onde nasceu o meu primeiro filho. No Pinta Cega, além de abrir as portas pela madrugada, podíamos pendurar a conta; lembra? Eu morava em Natal e resolvi tentar vestibular de Agronomia em Areia-PB. A Escola de Agronomia de então (1953) estava naufragando no mar da politicagem. Nós, alunos de Areia, tudo fizemos para aparar as arestas e as brigas dos políticos que estavam entravando as negociações destinadas à federalização da antiga EAN (Escola de Agronomia do Nordeste). Não teve jeito. Eram ondas de vaidades como um tsunami da peste entre dois grandes líderes politicos (Argemiro de Figueiredo versus José Américo de Almeida) que diziam ser os idealizadores e "pais" da velha, pobre e carcomida EAN. Era um nó que ninguém desatava. Sem previsão orçamentária de verba nem Federal e muito menos estadual, funcionários e professores sob ameaça de falta de pagamento. Tenho uma foto de nossa visita de baba-ovo ao José Américo. Tudo só promessas e a federalização trancada como se uma prisão de ventre descomunal a empatar a solução única de federalizar a pôrra da Escola. Resultado: saímos um magote de aventureiros, fodidos, para o Rio de Janeiro, com a transferência na mão para buscar abrigo, veja que ousadia da gota: na famosa "Escola Padrão"; a esnobe Escola Nacional de Agronomia". Assim começou, muito ao gosto dos paus de arara, essa onda boa e profícua de sair do Nordeste e migrar para o Sul Maravilha. Em lá chegando (na ENA), a primeira coisa que providenciei foi arranjar um apartamento (o 207) para que ficássemos todos juntos (os merdas e lascados paus de arara) como se ratos fossem a se proteger dos orgulhosos sulistas bem nutridos que se achavam "ofendidos" com a convivência obrigatória com retirantes. Demos o troco. Os anos foram demonstrando e verificamos que os sulistas só tinham goga. Ao contrário, nós, paus de arara, abrimos os horizontes de alegria de viver, mostrávamos o nosso gogó dos bons baiões, os xaxados e outros rítmos que animaram os dias e as noites de todos e por isso continuamos EM BUSCA DA ATA PERDIDA do Arário saudoso dos anos 50-60. Abração do Amaurí-ENA/57.

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  2. PAULO Iide - antes de começar a escrever, coloque Paulo diz: e escreve. Assim, você não aparecerá como anônimo.

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